domingo, 25 de abril de 2010

Software e Transgênicos: a luta pelo fim da apropriação privada

Escrito por Marijane Vieira Lisboa, o texto: Cultura e natureza: o que o software tem a ver com os transgênicos? tráz uma profunda reflexão ao relacionar estes dois aspetos, confrontando-os e analisando o que estes tem em comum. À princípio, Marijane faz uma ressalva acerca da produção do conhecimento, lembrando que este é histórico e não parte do nada, mas sim, fruto de todo o conhecimento acumulado coletivamente, pelos mais variados agentes históricos. Devendo assim, ser considerado.
Pois bem...ciência e tecnologia, armas que são poderosas em nossa sociedade, lideram o nosso conhecimento, modos de vida, proporcionando a constante sensação de novas possibilidades. À qualquer momento, somos surpreendidos por novas criações, que prometem infinitas possibilidades. Mas, quais as consequencias disso? Será que existe um lado negativo nessa desenfreada busca por novas criações?
Marijane alerta-nos para um aspecto importante, afirmando que estas produções que invadem constantemente o nosso cotidiano, além de nos tornar reféns delas, elas são, muitas vezes, testadas de forma inresponsável, durante o seu processo de desenvolvimento, isto é, não são testadas de forma cuidadosa, preocupada, sem que haja prejuizos. Esse é o caso dos transgênicos, sendo testados rapidamente, em um prazo muito curto. "Transformamos o mundo no laborátorio da ciência e nós, em suas cobaias" (BECH, 1986). Esplanando assim, a importância de se ater ao príncipio da precaução, explicitado no texto. Por muito, a partir dessas novas criações, não somos interrogados, nem muito menos há uma relevãncia em se questionar se "aquilo" vai ser bom ou ruim, se queremos ou não. Simplemente, não temos escolha. Somos as cobaias, utilizados para experimentos.
Além disso também, por conta do nosso modelo econômico atual, o Neoliberalismo, há uma apropriação e monopolização das produções, utilizadas como propriedade para servir a interesses de empresas influentes no mercado. Havendo, dessa forma, um grande incentivo à produção do conhecimento, mas não para um bem comum, e sim uma apropriação deste conhecimento visando o controle e a exploração deste, para fins lucrativos, transformando-os em mercadorias.
Assim, o que tem haver entre trasgênicos e Software livre, seria, na perspectiva da autora, uma preocupação em se pensar produção do conhecimento, produzido coletivamente, para o bem comum, como proposta coletiva, sem apropriação privada.

Um comentário:

  1. oi marisa,

    Gostei muito de você ter colocado no seu blog o texto de Marijane Lisboa,pois a ela através do mesmo nos faz refletir sobre o quanto o conhecimento está sendo utilizado como mercadoria pelas empresas multinacionais .....sendo que o mesmo, como aponta a autora, foi algo produzido ao longo dos séculos pela humanidade então é de todos.E como sinaliza Lisboa o mesmo está ocorrendo com o ciberespaço ,pois através do monopólio de conhecimento acerca dos software as empresas estão nos privando de ter acesso aos códigos fontes e com isso poder modifica-los e redistribui-los,ou seja ficamos como meros consumidores de um conhecimento que é nosso.E que temos o direito de termos acesso.

    Beijos

    Larissa Bruno.

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